Wonka promete uma aventura fantástica de Paul King. É um novo olhar sobre as origens do famoso chocolatier Willy Wonka, uma personagem bem conhecida dos fãs de Charlie e a Fábrica de Chocolate, quer seja a versão de 1971, a versão de 2005 ou o livro de Roald Dahl que os inspirou. O filme, que foi lançado nos cinemas em dezembro passado, deverá estar disponível para compra em VOD a 11 de abril e para aluguer a 24 de abril de 2024.
Nesta nova criação de Paul King, mais conhecido pelos seus filmes Paddington, descobrimos a juventude de Willy Wonka, antes da conhecida e muito apreciada história de Charlie e a Fábrica de Chocolate. Timothée Chalamet empresta a sua voz à personagem e está rodeado pela crème de la crème do cinema britânico, incluindo Sally Hawkins, Hugh Grant, Rowan - Mr Bean - Atkinson e Olivia Coleman.
E, no entanto, apesar de todas estas belas promessas, o molho de chocolate não pega. E, no entanto, começou bem. A odisseia do jovem Wonka, que quer abrir a sua primeira fábrica de chocolate, está cheia de armadilhas. Raptado por um casal de sósias de Thénardier, rejeitado pelos magnatas do chocolate locais e perseguido por um Oompa Loompa que rouba todas as suas criações, o jovem idealista dobra-se mas não se quebra. Para além disso, tudo isto é cantado, o que proporciona um grande entretenimento para as famílias, que o acharão um delicioso musical ao estilo da Disney.
Nos livros de Roald Dahl, tal como nos seus filmes anteriores, lembramo-nos de um Willy Wonka desvairado, um pouco louco, profundamente melancólico e um grande aventureiro em busca de novos sabores. Nesta obra, a personagem é demasiado suave e limpa. Havia muitas histórias para contar sobre a juventude do chocolateiro, mas os argumentistas Paul King e Simon Farnaby optaram por uma história mil vezes contada de pobres que tiram aos ricos, fazendo lembrar uma certa Mary Poppins, cuja memória permanece viva durante o visionamento de Wonka. A loucura desta última é demasiado artificial para seduzir, e até as canções acabam por ser esquecidas por falta de uma melodia marcante.
Mas o que realmente se destaca é a falta de encanto deste mundo digital, a binaridade dos protagonistas, onde não há meio-termo entre os muito, muito maus e os muito, muito bons. Se está à espera de redescobrir o espírito dos filmes de Tim Burton e Mel Stuart, pode ficar desiludido, mas se veio ver uma aventura de Natal em família que o vai fazer lembrar a Disney de antigamente, vai ter um prazer.
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