Depois de La Daronne, Jean-Paul Salomé volta a trabalhar com a grande Isabelle Huppert em La Syndicaliste, um thriller social que chega às salas de cinema a 1 de março e em DVD a 12 de julho de 2023.
E para esta adaptação do livro de Caroline Michel-Aguirre, o realizador rodeou-se das pessoas certas. Para além de Isabelle Huppert, La Syndicaliste é protagonizado por Grégory Gadebois, Pierre Deladonchamps, François-Xavier Demaison, Marina Foïs e Yvan Attal. Tudo isto num thriller que conta a história verídica de Maureen Kearney, cuja história foi contada por Caroline Michel-Aguirre em 2019 no livro com o mesmo nome.
O nosso veredito
Neste retrato da sindicalista da Areva, Isabelle Huppert interpreta uma leoa, uma mulher forte que não faz prisioneiros num filme fundamentalmente político. É um papel feito à medida para esta grande atriz e ela desempenha-o maravilhosamente. A personagem, ambivalente, calculista e por vezes manipuladora, vê-se encurralada após um ataque. Rapidamente, ela suscita dúvidas nos polícias que investigam o caso, que chegam a suspeitar que ela foi incriminada.
La Syndicaliste é um filme fascinante que conta a história de uma mulher contra o sistema. A dimensão feminista da história é obviamente essencial e confere ao filme um sabor muito especial. A única forma de silenciar esta mulher incómoda é agredi-la fisicamente. Mas, mesmo assim, ela não deixa que isso aconteça.
Para além da complexidade do argumento, o que mais entusiasma neste filme é o seu elenco. Com o seu elenco de cinco estrelas, Jean-Paul Salomé dá um lugar de destaque às personagens secundárias. Grégory Gadebois, François-Xavier Demaison e Pierre Deladonchamps estão muito bem, como de costume, mas Marina Foïs e Yvan Attal são simplesmente brilhantes. Attal interpreta o hiper-ameaçador presidente da Areva, por vezes assustador, por vezes patético, e este é um dos seus melhores desempenhos. É uma pena que a direção permaneça bastante estática e sem imaginação.
O Sindicalista conta a história real de Maureen Kearney, uma delegada da CFDT na Areva, que em 2012 se tornou uma delatora para expor um segredo de Estado que abalou a indústria nuclear francesa. Sozinha e contra todas as probabilidades, lutou com unhas e dentes contra ministros e industriais para trazer à luz este escândalo e defender mais de 50.000 postos de trabalho, até ao dia em que foi violentamente atacada e viu a sua vida virada do avesso...
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