Amantes da arte, marquem nos vossos calendários! O Museu do Luxemburgo, em Paris, acolhe uma exposição dedicada a Tarsila do Amaral, uma das figuras centrais do modernismo brasileiro, de meados de outubro de 2024 até ao final de janeiro de 2025. A exposição oferece uma visão fascinante do mundo desta prodigiosa artista, nascida em 1886 e falecida em 1973. Verdadeira pioneira, Tarsila do Amaral criou um estilo original e evocativo a partir da década de 1920, misturando influências indígenas com tendências modernizantes e refletindo um Brasil em plena transformação.
Radicada entre São Paulo e Paris,Tarsila foi uma mediadora fundamental entre as vanguardas dessas duas metrópoles culturais. Depois de esculpir em Paris um universo iconográfico nitidamente brasileiro, influenciado pelo cubismo e pelo primitivismo, ela desempenhou um papel fundamental na fundação do movimento "antropofágico" em São Paulo, em 1928. Este movimento, que tomou o seu nome da prática indígena do canibalismo, simbolizando a "devoração do outro" para assimilar as suas qualidades, encarna a forma como os brasileiros se apropriaram e reinterpretaram as culturas estrangeiras e coloniais.
A obra de Tarsila do Amaral, situada na intersecção de múltiplas culturas, não deixa de levantar questões sociais, identitárias e raciais. Ela nos convida a repensar as fronteiras entre tradição e vanguarda, entre centros culturais e periferias, entre cultura erudita e cultura popular. Embora amplamente reconhecida e exposta no Brasil, são raras as exposições internacionais de sua obra. Esta retrospetiva pretende preencher essa lacuna, numa altura em que o Brasil ganha visibilidade no discurso crítico e historiográfico sobre a arte "globalizada" e em que o reconhecimento das mulheres artistas na história da arte se torna cada vez mais comum.
A retrospetiva do Musée du Luxembourg abrange a rica produção de Tarsila do Amaral a partir da década de 1920, período do modernismo brasileiro, do movimento "Pau Brasil " (1924-1925) e da "Antropofagia " (1928-1929). As suas obras, que oscilam entre paisagens de cores vivas e misteriosas visões oníricas, são o testemunho de uma artista em constante evolução. A dimensão política e militante de Tarsila é evidente nas suas obras da década de 1930, marcadas pelo realismo social. Os anos 1940 revelam um gigantismo onírico, enquanto as composições posteriores, com as suas geometrias quase abstractas, demonstram a sua capacidade de reinventar continuamente a sua arte até aos anos 1960. Esta é uma oportunidade para descobrir ou redescobrir uma artista fundamental cuja obra, enraizada na cultura do seu tempo, permanece surpreendentemente moderna e original!
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Localização
Museu do Luxemburgo
19, rue de Vaugirard
75006 Paris 6
Informação sobre acessibilidade
Acesso
Estação RER B "Luxembourg", estação da linha 4 "Saint-Sulpice", estação da linha 12 "Rennes".
Site oficial
museeduluxembourg.fr
Mais informações
Aberto todos os dias das 10h30 às 19h. Abertura à noite às segundas-feiras até às 22 horas. Encerramento antecipado às 18h00 nos dias 24 e 31 de dezembro.