Greve dos argumentistas em Hollywood: qual o impacto nos próximos filmes e séries?

Por Anna de B. · Publicado em 4 de maio de 2023 às 16h40
A Writers Guild of America (WGA) votou por unanimidade na segunda-feira, 1 de Maio, a convocação de uma greve com efeitos a partir da meia-noite.

Milhares de argumentistas vão entrar em greve hoje, depois de negociações infrutíferas com as plataformas e os estúdios sobre salários mais elevados. A direcção do sindicato concretizou assim a ameaça que tem pairado sobre Hollywood até agora. Uma greve que terá como consequência a interrupção de programas como os late-night shows e grandes atrasos nos filmes e séries previstos para 2023.

Exigências que revelam uma profissão em crise

Os guionistas de televisão e de cinema exigem um aumento dos seus rendimentos: com a inflação e o aumento dos salários dos executivos, os seus salários estão estagnados, ou mesmo em queda. Este movimento social faz lembrar o de 2007, que paralisou o sector audiovisual durante 100 dias e custou mais de dois mil milhões de dólares no total. Um movimento desta magnitude, que o mundo da radiodifusão temia e desejava evitar.

Um desacordo importante nesta luta diz respeito ao cálculo da remuneração dos argumentistas: estes recebem uma percentagem das receitas ou um montante fixo pago por cada emissão do filme. Um montante considerado "demasiado baixo tendo em conta a enorme reutilização internacional ", como explica o WGA, Writers Guild of America. O papel do streaming está, portanto, no centro da questão: os autores de séries de sucesso internacional recebem todos os anos o mesmo montante, determinado antecipadamente, apesar da reutilização maciça do seu trabalho.

A reacção das plataformas e dos estúdios

AAlliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP), que representa os estúdios, afirma que os salários pagos aos argumentistas nunca foram tão elevados. Os executivos afirmam que estão a enfrentar uma pressão económica sem precedentes, o que os obriga a tomar medidas de despedimento com relutância.

A indústria cinematográfica aponta também para a natureza competitiva do negócio, obrigando-os a cortar nas despesas para satisfazer as exigências dos investidores. Negam que tenham utilizado as dificuldades económicas como pretexto para a sua posição durante as negociações, que não foram bem sucedidas. Pelo contrário, segundo eles, trata-se de uma crise muito real.

Informação prática
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