3 anedotas originais sobre os túmulos dos reis e rainhas de França na Basilique-Saint-Denis

Entre anedotas originais ou comoventes e história francesa, Noémie Nunes, responsável pela comunicação da CMN, revela os tesouros da Basílica de Saint-Denis, cuja torre está prestes a renascer graças a um estaleiro extraordinário.

Durante a reconstrução do pináculo da Basílica de Saint-Denis, pudemos percorrer o local e conhecer o papel dos pedreiros, bem como saber um pouco mais sobre a história do edifício gótico. Noémie Nunes, responsável pela comunicação da CMN, falou-nos das particularidades do monumento e partilhou algumas histórias originais sobre as famosas figuras reclinadas, as impressionantes esculturas funerárias que se encontram na Basílica.

Descubra o trabalho dos pedreiros na reconstrução :

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Pode apresentar-se em poucas palavras?

Chamo-me Noémie Nunes, responsável pela comunicação da Catedral Basílica de Saint-Denis no Centre des Monuments Nationaux. Para nós, 2025 é um ano histórico, porque estamos a iniciar um grande projeto de reconstrução da torre e do pináculo norte da Basílica, que tinha originalmente mais de 90 metros de altura.

Como nasceu a Basílica de Saint-Denis? Fale-nos da sua história e da sua importância

As raízes da basílica estão nahistória de Saint-Denis, o bispo missionário que morreu como mártir por volta do século III d.C., e o seu túmulo está aqui - a basílica foi construída sobre ele! É também excecional porque é uma necrópole real, o que significa que a grande maioria dos reis e rainhas, príncipes e princesas da monarquia francesa foram aqui enterrados.

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Graças a esta história, dispomos de uma coleção excecional, única na Europa, de esculturas funerárias conhecidas como gisants. O terceiro elemento é a sua arquitetura, a primeira obra-prima da arte gótica, que mais tarde deu origem a muitos outros edifícios, nomeadamente a Notre-Dame de Paris.

Diz-se frequentemente que a basílica é a sua irmã mais velha, porque é mais antiga e serviu efetivamente de modelo. A ligação mais evidente entre os dois monumentos é a grande rosácea, que é quase idêntica.

Quais são os túmulos mais invulgares ou mais conhecidos da Basílica?

Entre as rainhas sepultadas na Basílica encontra-se a famosa Berthe aux grands pieds. Esta alcunha, um pouco zombeteira, deve-se ao facto de ela ter provavelmente uma malformação do pé, um pé torto, o que significa que era curvado para dentro.

Na Basílica de Saint-Denis são conservados vários restos anatómicos e a peça mais tocante é o coração de Luís XVII, conservado na cripta para ser visto pelos visitantes. Diz-se que morreu em cativeiro na Prisão do Templo quando tinha apenas 10 anos, em condições muito difíceis, e hoje o seu coração está conservado a poucos metros do túmulo dos seus pais, Luís XVI e Maria Antonieta.

Entre todas as estátuas reclinadas na Basílica, há uma que é um pouco excecional, a de Carlos V, porque foi encomendada durante a vida do rei. Estava muito doente, por isso é um reclinado bastante específico, com certas caraterísticas físicas, nomeadamente uma pequena protuberância no nariz, o queixo ligeiramente levantado e, como tinha uma doença da circulação sanguínea, até representou as mãos inchadas e as veias a saltar.

Fale-nos da história do pináculo, de como desapareceu e porque está a ser reconstruído atualmente?

Durante séculos, tivemos esta torre, que foi desmantelada há cerca de 180 anos pelo arquiteto Eugène Viollet-le-Duc por ter detectado fragilidades na estrutura na sequência de intempéries e de um raio que atingiu a torre.

O seu plano era voltar a montá-la, mas infelizmente isso nunca aconteceu até agora, com o lançamento da primeira pedra em março passado, e serão necessárias mais cerca de 15.000 pedras! O topo da basílica está desaparecido há mais de um século, e agora aassociação Suivez la Flèche relança o projeto de reconstrução, que demorará cerca de cinco anos a ser concluído!

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