Greve da CGT no sector da energia contra a reforma das pensões e o IVA

Por My de Sortiraparis · Actualizado em 2 de setembro de 2025 às 10h32 · Publicado em 2 de setembro de 2025 às 8h16
Os trabalhadores da eletricidade e do gás lançam esta terça-feira, 2 de setembro, uma greve renovável, convocada pela CGT. O sindicato protesta contra a reforma das pensões e o aumento do IVA sobre a energia para 20% em agosto. Foram organizados mais de 220 piquetes em toda a França.

As empresas do sector da energia mobilizam-se em toda a França na terça-feira, 2 de setembro. A Fédération nationale des mines et de l'énergie CGT (FNME-CGT) lançou uma greve por tempo indeterminado que afecta os 140.000 trabalhadores do sector, distribuídos por 157 empresas, incluindo a EDF e a Engie. Trata-se de uma greve importante para um período de regresso às aulas que se anuncia turbulento.

Na segunda-feira à noite, Mathieu Pineau, secretário federal da FNME-CGT, confirmou que seriam organizados 220 piquetes de greve em toda a França. O sindicato maioritário do sector pretende pressionar os empregadores a satisfazerem as reivindicações que considera essenciais tanto para os trabalhadores como para os utilizadores.

O que é que os grevistas exigem?

No centro das suas reivindicações está a revogação da reforma das pensões do Governo. Os trabalhadores do sector da energia contestam igualmente o recente aumento do IVA sobre a energia, que passou de 5,5% para 20% sobre as assinaturas desde 1 de agosto de 2025. Segundo a CGT, esta medida, imposta pela regulamentação europeia, pesa particularmente sobre as famílias mais vulneráveis.

No que se refere à remuneração, o sindicato pede que o primeiro escalão da tabela salarial seja alinhado com o salário mínimo. Este é atualmente 9% inferior ao salário mínimo legal. Os grevistas exigem também um aumento dos subsídios de permanência e medidas para acompanhar a inflação.

Fabrice Coudour, secretário-geral da FNME-CGT, recorda que as negociações salariais se arrastam desde abril de 2024. No entanto, garante que "a nossa intenção não é afetar os utentes", cortando a eletricidade ou o gás.

Que impacto terá este facto na produção de energia?

Esta manhã, as assembleias gerais nas centrais definiram os pormenores práticos da greve. Em algumas centrais nucleares, estão previstos cortes na produção para pressionar a direção. Anthony Lavrador, dirigente da CGT na central de Saint-Laurent-des-Eaux, na região de Loir-et-Cher, explica a estratégia: "O objetivo é afetar os nossos patrões através da greve, produzindo menos, e não afetar os utentes", diz à AFP.

Esta abordagem ponderada visa manter o abastecimento de energia, criando simultaneamente um equilíbrio de poder com as empresas do sector. Os locais estratégicos, como as centrais eléctricas e os centros de distribuição, podem sofrer abrandamentos sem causar apagões generalizados.

Um movimento que pode durar

Para já, a CGT é o único sindicato que apela à greve. O CFDT, terceiro sindicato do sector, prefere privilegiar o diálogo com o patronato antes de considerar novas acções. Esta posição divide os representantes do pessoal quanto à estratégia a adotar.

No entanto, o movimento poderá assumir uma outra dimensão. Fabrice Coudour não exclui a possibilidade de estabelecer uma ligação com o apelo dos cidadãos a "bloquear tudo" previsto para 10 de setembro. "O nosso pré-aviso renovável e o apelo para bloquear tudo no dia 10 não são opostos, muito pelo contrário", sublinha. Uma convergência que poderá fazer parte da "renovabilidade do movimento", se este continuar.

O que se vai passar a seguir será decidido na quinta-feira, 4 de setembro de manhã, numa reunião em que serão analisados os progressos realizados. De qualquer modo, esta greve no sector da energia marca o início de um outono que se anuncia particularmente turbulento. Outros sectores poderão seguir o exemplo nos próximos dias, nomeadamente tendo em conta as mobilizações previstas para 10 e 18 de setembro contra as políticas do governo Bayrou.

Os utilizadores podem acompanhar a evolução da situação nos sítios Webda EDF eda Engie, bem como no portal da CGT, para obterem as informações mais recentes sobre esta importante ação industrial.

Informação prática

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