Bomaye, fantásticos hambúrgueres africanos inspirados em pratos tradicionais africanos

A abertura do Bomaye no 10º arrondissement, na apropriadamente chamada rue de Paradis, é um alerta de comida de rua invulgar, exótica e absolutamente espantosa. O local é dirigido por Camille Gozé e Laurent Kalala, que trabalham juntos na cidade e no palco, e são ambos apaixonados pela comida de rua e pelas culturas e cozinhas africanas que ainda estão sub-representadas em Paris.

Depois de terem participado no concurso "Qui veut ouvrir son resto", organizado pela Família Bao sob a orientação de Céline Chung, e de terem explorado África para conhecerem em primeira mão aquilo com que tinham sonhado até então, era natural que a dupla abrisse um restaurante que apresentasse as melhores receitas de comida de rua africana. E que prato mais emblemático do que o hambúrguer?

Do Senegal ao Congo, passando pela Costa do Marfim e Marrocos, os dois amigos regressaram com as malas cheias de receitas tradicionais: frango mafé ou yassa do Senegal, garba e alloco da Costa do Marfim, frango mayo do Congo e cuscuz tfaya de Marrocos. Prepare-se para viajar!

Batizado com o nome de um termo de encorajamento entoado pela multidão(Ali boyame!) durante o combate entre Mohammed Ali e George Foreman em Kinshasa, em 1974, o restaurante é uma pequena cantina colorida e barulhenta, com paredes cobertas de pinturas cintilantes dos artistas Ernesto Novo e Kouka Ntadi.

A mesma harmonia de cores e texturas pode ser encontrada no menu, que oferece 6 receitas diferentes de hambúrgueres, disponíveis à la carte ou como parte de um menu muito acessível. Um hambúrguer + acompanhamento + bebida custa 16,90 euros:

• Le Champion d'Afrique 2022, uma reinterpretação do famoso mafé senegalês (13,90 euros) com hambúrguer de carne de vaca Black Angus, molho Mafé, cheddar derretido e amendoins torrados; o nosso grande favorito, um hambúrguer reconfortante com um molho de amendoim que não esqueceremos tão cedo!

• O Kin la Belle, inspirado na maionese de frango do Congo (13,90€), com um pedaço generoso de frango estaladiço panado com 10 especiarias, maionese fumada caseira, cebola roxa, couve roxa e pickles de cébette.

• Babi la douce, uma adaptação da garba da Costa do Marfim, com um petisco de bife de atum polvilhado com sêmola de mandioca estaladiça e condimentado com uma maionese caseira, jalapeños e cébette.

• Merci Mima, cuscuz marroquino, com carne picada Black Angus, molho tfaya de passas e canela, puré de batata doce e couve roxa.

• Lion de la Teranga, como um frango Yassa senegalês, com frango panado numa mistura caseira de 10 especiarias, um molho ao estilo Yassa e cheddar com infusão de pimenta Penja.

• O Allocovor, o único hambúrguer vegetariano do menu dedicado aoalloco da Costa do Marfim, que substitui a carne tradicional por um generoso bolinho de banana-da-terra, e é servido com hummus de banana-da-terra, um molho de iogurte e hortelã e pickles de couve-roxa.

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As melhores tradições africanas começam nas entradas, com os excelentes klaklos, pequenos bolinhos da Costa do Marfim feitos de banana-da-terra, cebola e especiarias (8 euros) para serem mergulhados num molho de tomate; mas também nos copos, com um refrescante e floral bissap caseiro (5 euros), a famosa bebida à base de hibisco. Para quem gosta de taninos, o Bomaye oferece também uma boa seleção de vinhos da África do Sul.

Infelizmente, não tivemos espaço para a sobremesa, pois os hambúrgueres são servidos generosamente, mas já sabemos que vamos voltar para experimentar o resto do menu! As bolachas de amendoim, chocolate e chouchous (5€) e o gelado de baunilha e hibisco frito em pão ralado de coco (7€) eram diabolicamente tentadores... tal como os outros hambúrgueres da carta. Da próxima vez, vamos para a Costa do Marfim e Marrocos!